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sábado, 12 de fevereiro de 2011

Santa Casa de Avaré é a única da região a realizar retirada múltipla de órgãos

Primeira cirurgia foi realizada na última semana e destacou a importância da doação de órgãos para toda a população




Uma delicada cirurgia de captação de órgãos para doação foi realizada em Avaré no último dia 22, sábado, quando uma equipe especializada retirou os rins, fígado e córneas de um paciente que teve morte encefálica após um acidente. Foi a primeira operação de retirada múltipla de órgãos na Santa Casa de Avaré, onde apenas poderiam ser realizadas doações de córneas. A retirada dos órgãos foi realizada por uma equipe especializada da cidade de Marília e coordenada pela Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos (CIHDOTT), formada por enfermeiros e técnicos que se responsabiliza pelos casos em que o paciente é um doador em potencial. 

No último dia 22, a doação foi possibilitada por melhorias na estrutura existente no local e também no preparo da comissão, assim como na intenção da família em doar os órgãos do paciente, que foram destinados a uma central de órgãos e repassados aos locais indicados pela fila estadual de pacientes com necessidades de órgãos.

POSSIBILIDADE – A operação destaca o crescimento desse serviço na Santa Casa local e também a importância da existência dessa possibilidade na cidade de Avaré. “É a única cidade da região capacitada para realizar essa retirada de múltiplos órgãos; antes disse, um paciente poderia chegar aqui com morte encefálica e ter de ser transferido para outra cidade ou não haver a possibilidade de captar os órgãos”, disse a coordenadora da CIHDOTT, a enfermeira Juliana Góes.

Apesar de ser a primeira captação de órgãos na Santa Casa de Avaré, a comissão existe desde 2011 e já coordenava a doação de córneas. Agora, com mais esse importante passo, o local passa a ser referência para a doação de órgãos. “Quando uma pessoa doa seus órgãos ela salva outras vidas, é muito importante que a família e a população tenham essa consciência”, destacou o enfermeiro José Donizete da Costa, também membro da CIHDOTT.

CRITÉRIOS – Para que possa haver a retirada dos órgãos, o paciente tem de apresentar quadro de morte cerebral, com o restante dos órgãos funcionando com a ajuda de aparelhos. O paciente também não pode ter HIV, tumor ou infecção não controlada. São poucos os critérios que definem se alguém pode ou não pode ser doador. A idade, a causa da morte clínica e o tipo sangüíneo são os mais importante dele para saber se o órgão é compatível com o receptor.

É preciso também que a família autorize a doação, dessa forma, coração, pulmões, rins, fígado, córneas e até mesmo ossos podem ser captados e destinados a pacientes que manifestem a necessidade. Mesmo assim, segundo a legislação brasileira, os familiares do doador não devem saber para onde os órgãos foram destinados, para que não exista o contato afetivo com a pessoa que recebeu a doação. Atualmente, o país com mais doação de órgãos é a Espanha, seguido por Estados Unidos e Brasil.