Em operação realizada durante a noite de terça-feira (21), a Polícia Civil de Avaré, por meio da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), localizou e prendeu o homem acusado de estuprar a garota R.E.C., de 11 anos. O crime ocorreu na segunda-feira (20/12), no bairro Duílio Gambini, periferia da cidade. A criança, que tinha paralisia cerebral, e por isso não falava e usava cadeira de rodas, morreu em virtude de infecção ocasionada pela violência sexual.
O acusado, Rodrigo Aparecido Frati, de 27 anos, conhecido como “Tio Chico”, foi encontrado em um sítio no município de Itaí, distante cerca de 40 quilômetros de Avaré. Ele não reagiu à prisão e confessou o crime aos policiais. Ele morava havia dois meses na casa da vítima. Era amigo e ex-namorado da genitora da criança.
As investigações iniciaram por volta das 17h30 de terça-feira (21/12), quando o Pronto Socorro local entrou em contato com o Plantão Policial informando que havia dado entrada uma criança com suspeita de ter sofrido violência sexual (coito anal). A paciente, inclusive, já havia se submetido a uma cirurgia na Santa Casa de Misericórdia por causa de hemorragia.
O delegado de plantão, Georges Zedan Chehade, e sua equipe foram ao hospital, onde já estavam os familiares da criança. Foi requisitada a presença do médico legista, que confirmou a violência sexual na menor. A autoridade policial conduziu os familiares da menina para o Plantão, para depoimento. Concomitantemente, ordenou diligências na casa a fim de encontrar vestígios do crime, bem como acionou o Instituto de Criminalística, para levantamento do local. Por volta das 21 horas, o hospital informou a morte da criança.
Dores abdominais
Segundo a genitora da vítima, R.E.C. começou a apresentar dores abdominais na noite de segunda-feira, quando a levou a Santa Casa. Ela foi medicada e ficou em observação até às 03h00. Até aquele momento ninguém da família, nem a avó e a mãe, que faziam a higiene na garota, haviam percebido algo de anormal em R.E.C.
No dia seguinte, terça-feira (22/12), no período da tarde, a criança voltou a apresentar fortes dores na região do abdômen. Foi novamente levada pela família até o hospital, momento em que o médico constatou indícios de violência sexual e acionou a polícia.
Acusado era íntimo da família
Além da avó materna e da genitora, que realizavam a higiene pessoal da vítima, tinham estreito contato com a menor o avô (não consangüíneo – amásio da avó), o padrasto e uma amigo da família, de apelido “Tio Chico”. Todos moravam no mesmo endereço, só que em casas separadas: um dos imóveis era ocupado pela mãe da menor, o padrasto, o irmão de cinco anos da vítima, esta e “Tio Chico”; no outro moram os avós.
A mãe da menina relatou que na manhã de segunda-feira (20/12) se ausentou de casa para buscar leite no posto de saúde e como todos os adultos estavam ausentes, com exceção de “Tio Chico”, pediu para este último ficar com R.E.C. e o irmão. Ela disse que ficou cerca de 40 minutos fora.
À polícia, “Tio Chico” confessou que aproveitou o fato de a mãe da menor ter saído de casa para violentar R.E.C. Ele contou que depois que praticou sexo anal com a menor ficou com medo e fugiu para a cidade de Itaí. Ele disse à família que havia arrumado emprego naquela cidade.
A DIG de Avaré instaurou inquérito para apurar as circunstâncias do crime. A unidade providenciou a coleta de material da vítima para realização de exame que forneça prova material do delito. O acusado foi autuado em flagrante delito como incurso no artigo 217-A, parágrafo 1º e 4º do Código Penal (Estupro de Vulnerável). Ele encontra-se recolhido no Centro de Detenção Provisória de Bauru. Se condenado, pode pegar pena de 30 anos de reclusão.
